segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Aguados

Te pega desprevinida,
te molha inteira,
sem pudores.

deixa um riso no rosto
uma corrida no pé.

Envolve ele, você, ela, a outra, aquele,
de uma só vez.

Não distingüe: cai em todos.
Sem preconceitos.
Iguala o rico e o pobre,
o feio e o bonitão.

Estraga a chapinha da menina,
deixa tudo ao natural.

Expõe a pele embaixo de roupa branca.
Faz abrir
os guarda-chuvas.

Alaga.
Inunda.
E nunca
é mala.

Afoga.
Chove.

6 comentários:

Ana Paula Saltão disse...

eu sempre achei a chuva uma poesia... :)

Clara disse...

achou a inspiração nas chuvas paulistanas, Lice?
parece que o mundo tá se acabando em água por aí...

e, do mesmo jeito, é o lugar em que eu queria estar ;)

saudades!!
ps:ai, tenho péssimas notícias pra vc... hahaha

Fontes disse...

Um dos momentos mais felizes da minha vida foi debaixo da chuva.

E em cima de uma bicicleta.

Maria Joana disse...

lembrei de um outro versinho (esqueci o resto do poema) sobre chuva.

"Chove, o céu dorme."

qualquer hora lembro do poema inteiro, mas esse seu é bem mais divertidinho (talvez porque seja bem mais divertido tomar chuva na rua do que vê-la da janela de casa)

Anônimo disse...

Belo blog! parabéns! adorei várias coisas que você escreveu!
grande beijo

Felipe Lobo disse...

A chuva é uma delícia de sentir. Sentir o que ela causa na pele, a emoção, o desarrumado, o natural, o refresco. Sentir a vida.