domingo, 7 de março de 2010

Refúgio

Comecei este texto pelo título. Nunca faço isso. Talvez por nunca ter a certeza do que falarei, e a quantas andará o que escreverei. Enfim, agora não faço idéia do que falarei nem como terminarei isso aqui. Mas começou está começado, não adianta escapar.

Refúgio. Todo mundo precisa de um. Todos, mesmo o mais forte dos homens, certamente possuem - ou procuram - um lugar onde possam descansar. Não só descansar. Pensar também. Pensar, ler. Ouvir, conversar. Perceber o mundo. Sentir e ser sentido.

Pode ser, de fato, um lugar. Com céu, mar, montanhas, grama ou apenas quatro paredes. Pode ser um quarto, seu quarto - ou o quarto de outra pessoa, com quem você se sente igualmente bem. Pode ser uma pessoa. Se refugiar em alguém. Muitos costumam usar outros como refúgio (e são os mesmos que também acabam servindo para tal). Ainda assim, apesar de comum, esse é o refúgio menos óbvio de se encontrar: alguém. Bem mais fácil achar um esconderijo em alguma praça, em algum parque, em alguma viela, em algum prédio - próximo a caixa d´água, nas escadas de incêndio... Bem mais fácil achar um lugar para se chamar de seu do que uma pessoa. Bem mais difícil se refugiar sozinho.

(Pausa para brincar com o cachorro). Não resisti, ele estava lá, no sol. Foi para a sombra. A sombra também pode ser um bom refúgio. Agora fica assim, me olhando. Os animais também servem de refúgio. Podem muito bem amparar uma alma solitária, que busca explicações ou o fim de seus tormentos. Eles são ótimos nisso. Pause para brincar com algum cachorro vira-lata perdido por aí. Pause. Pausar.

Comida. Alguns a utilizam como válvula de escape para suas preocupações. Uma barra de chocolate, por exemplo. Bebida também. Ah, como ela recorrentemente serve para alguns! Bares. Encontrar um garçom amigo. Amigos. Amigos podem ser a solução. Provocam o riso, aumentam a alegria, aquecem-nos. E há também as palavras! Isso aqui, por exemplo, é certamente um refúgio.

Caramba, não imaginei como podemos fazer diversos os nossos refúgios.

Seríamos nós um bando de refugiados?

Espere. Do que tentamos escapar?

2 comentários:

Maria Joana disse...

palavras e livros são meus refúgios favoritos... por isso é sempre triste/desanimador se percebo que saí de casa sem um livro na bolsa: "onde foi parar meu refúgio portátil????"

Saudades, memel.

Carol disse...

você definitivamente é um dos meus refúgios! =)